quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA NÃO SE REPETE ?

A HISTÓRIA NUNCA SE REPETE

É uma assertiva histórica.
Mas, é mesmo?
Fiz uma rebusca e olhei para o deprimente impeachment do Collor.
O sentimento de quem viveu aqueles dias com atenção e agora está vivendo o momento atual também com a mesma atenção, de forma imparcial, é que a história está se repetindo. Até mesmo os números são parecidos. Comparem as votações.
As reações e declarações também são parecidas. Basta ver o que elle disse e o que ella está dizendo.
As circunstâncias são bem diferentes, é verdade. Parece que o quê levou o Collor ao impeachment é pinto diante do que move a vontade dos dias de hoje. Principalmente porque durante duas décadas as coisas iam bem. Estavam. Não estão mais e tudo indica que ainda, infelizmente, vai piorar.
Lamentável.
Tem gente que diz que a culpa não é della. Melhor mesmo é dizer que a culpa não é só della.
O descalabro começou antes. Ironicamente, 13 anos atrás.
Agora, estão querendo baldear o nosso quengo com sofismas. Dizendo que a governanta não cometeu crimes.
Aqui, cabe fazer a diferença entre crime comum e crime de responsabilidade.
Primeiro, o crime de responsabilidade só pode ser cometido por um governante que descumpre preceitos constitucionais graves que levam à ingovernabilidade. Fato comprovado.
Segundo, esse crime é julgado pelo parlamento. Tem preponderante viés político, enquanto o crime
comum é julgado no âmbito do Poder Judiciário e tem por base a codmprovação dos fatos no exame
de provas incontestes que garantem a culpa do réu.


Preponderantemente judicial e longe da influência política.
Terceiro, o crime comum afeta e comove a sociedade. Pode até causar revolta. Mas, o crime de  responsabildade afeta a todos na parte mais sensível. O bolso. Revolta pela calamidade geral e
levanta o povo todo. Nos dias de hoje, estamos falando de dois terços da população. Comprovadamente.
Estamos, pois, face a um risco de ruptura social. Grave.
Não vou fazer juízo de valor, mas, devo dizer, como cidadão comum, que os indícios apontados até agora pesam muito e devem ser levados na devida consideração não só pelos parlamentares (julgadores) mas por todos nós.
Por fim, ainda devo deixar bem claro que o impeachment não é golpe. Isso é falácia!
É instrumento democrático previsto na Constituição e quem hoje está no poder se valeu dele várias
vezes, inclusive derrubando um presidente que, ironicamente, é senador e está ao lado delles.
Aliás, diga-se de passagem, que essa mesma falácia o próprio Fernando Collor tentou imiscuir na cabeça do povo brasileiro para não cair.
Não deu certo.

P.S.: a palavra da lingua inglesa "impeachment" não tem tradução na lingua portuguesa; o significado mais próximo, segundo pesquisei nos dicionários da lingua inglesa, é "imputação"; ou seja, é quando um governante irresponsável é imputado de uma ação muito grave e tem forte desaprovação popular (mesmo eleito pela maioria); processado por ter sido imputado de tanto, ele pode ser afastado do cargo: e aí, sim, ele fica impedido de governar; na verdade, é afastado dos seus direitos políticos: os gregos antigos, antes de Cristo, já faziam isso por votação em praça pública (no grego "agora") quando escreviam em casca de ostras se o governante deveria ou não ser desterrado; daí a palavra "ostracismo".


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